HAIA | (AFP) A Federação Holandesa de Dardos confirmou nesta segunda-feira a saída de duas jogadoras que se recusam a competir ao lado de uma mulher transexual na seleção nacional.
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Anca Zijlstra, 50, e Aileen de Graaf, 33, anunciaram no sábado nas redes sociais a sua retirada da seleção nacional porque já não queriam representar a Holanda com Noa-Lynn van Leuven, 27, a sexta jogadora do mundo.
Aileen de Graaf, número dois do mundo, e Anca Zijlstra (N. 12) informaram a Federação Holandesa de Dardos (NDB) que estão deixando a seleção, disse o NDB em um comunicado à imprensa.
A razão é que eles não querem jogar na seleção holandesa com uma pessoa transexual, disse a federação, dizendo “lamentar” esta decisão.
Sabemos que Noa-Lynn van Leuven fez a transição de homem para mulher e que a sua identidade de género é feminina, escreveu o NDB.
Ela atende a todos os requisitos e está qualificada para jogar na categoria feminina, de acordo com as diretrizes, segundo a Federação.
“Vergonha”
No momento em que você tiver vergonha de jogar pela seleção holandesa porque um homem biológico joga pela seleção feminina, é hora de sair, explicou Anca Zijlstra no Facebook no sábado.
Acredito que o desporto deve ter condições de concorrência equitativas, que devem ser utilizadas e aceites em sã consciência, acrescentou.
Noa-Lynn van Leuven venceu seu primeiro grande evento no Challenge Tour na Alemanha na semana passada e neste fim de semana conquistou seu primeiro título da PDC Women’s Series em Wigan, Inglaterra.
Não sinto realmente necessidade de me aprofundar neste assunto. A escolha foi deles e não minha. O triste disto é que muitas pessoas esquecem que também sou um ser humano, disse ela à emissora pública holandesa NOS.
Defendemos um desporto em que todos se sintam em casa e onde todos possam participar (…) independentemente da sua origem, das suas preferências políticas, do seu género, da sua orientação sexual, da sua raça ou da sua religião, sublinhou a Federação.
Os dardos são muito populares na Holanda, tanto a nível amador como profissional, sendo jogadores como Raymond van Barneveld e Michael van Gerwen considerados lendas do desporto.
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