O dossiê da braçadeira “One Love” repercutiu na conferência de imprensa belga. Na verdade, o arco-íris ganhou as manchetes novamente à medida que o dia avançava.
Como lembrete, os capitães de sete seleções europeias, incluindo a Bélgica, tiveram que usar esta braçadeira, que é adornada com as cores do orgulho de apoiar a comunidade LGBTQ+.
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No entanto, a FIFA decidiu no último minuto que a braçadeira violava os regulamentos de uniformes dos jogadores.
Os capitães que o usaram expuseram-se a sanções desportivas, ou seja, cartões amarelos, e as federações dos países em causa optaram sabiamente por deixá-lo de lado.
O Canadá não parece estar planejando nenhuma ação para apoiar a diversidade. Steven Vitória se manteve evasivo sobre o assunto nesta segunda-feira.
medo de falar
O capitão da Bélgica, Eden Hazard, não esteve presente na conferência de imprensa pré-jogo na terça-feira, mas Jan Vertonghen falou com hesitação.
“Tenho medo de falar sobre esse assunto, porque não sei se posso jogar se falar. É a primeira vez que passo por isso e espero que nunca mais aconteça.
“Sinto que fomos manipulados. Uma braçadeira que diga não ao racismo ou à discriminação parece-me bem, são mensagens muito simples, porque não o poderíamos dizer?
Eloquente apesar de sua cautela, Vertonghen mencionou repetidamente ter medo de falar porque não queria ser disciplinado.
A história pode não acabar aí já que a decisão da Fifa de banir a braçadeira não passa na Alemanha. A federação (DFB) cogita, inclusive, entrar na Justiça para se defender nesse caso.
Obviamente, o arco-íris simplesmente não passa. Na segunda-feira, durante o jogo entre Estados Unidos e País de Gales, torcedores galeses tiveram um confronto com seguranças.
símbolo proibido
Membros da associação galesa de apoiadores LGBT Rainbow Wall foram solicitados a remover seus chapéus de arco-íris.
“Disseram que (…) era um símbolo proibido e que não podíamos usá-lo no estádio”, explicou à Agence France-Presse Laura McAllister, ex-capitã da seleção galesa.
De sua parte, Rainbow Wall relatou à noite sobre “apoiadores galeses forçados a remover” seu chapéu de arco-íris. “Não os homens, apenas as mulheres.”
Antes da partida, o jornalista americano Grant Wahl disse no Twitter que foi detido por seguranças porque vestia uma camiseta com arco-íris, “um erro que foi rapidamente corrigido”, segundo a FIFA.
Outro revés
Além disso, a Federação Belga, que foi proibida pela Fifa de usar seu segundo conjunto de camisas com a palavra “Love”, indicou na terça-feira que iria ocultar a menção.
Uma etiqueta será afixada na palavra que aparece na gola da camisa. Esta é uma referência ao Tomorrowland, um famoso festival de música belga.
“Esta camisa é inspirada na famosa queima de fogos do Tomorrowland e representa os valores compartilhados de diversidade, igualdade e inclusão”, disse a federação quando a camisa foi revelada.
Acima de tudo, a FIFA considera que se trata de publicidade disfarçada, o que não é permitido pelo regulamento que rege os equipamentos.
É apenas outra maneira de mais uma vez limitar as referências à diversidade em um estado onde a homossexualidade é ilegal.
– Escrito com a colaboração da AFP