No próximo sábado, em Riad (Arábia Saudita), Francis Ngannou, ex-campeão mundial dos pesos pesados no MMA, tentará se tornar um no boxe. Para a sua primeira luta, o camaronês, um ex-migrante e sem-abrigo cuja vida se assemelha a uma pista de obstáculos, colocou-se, no entanto, o louco desafio de derrubar o terrível Tyson Fury. Uma luta que o colosso acredita já ter vencido.
Domine o indomável Tyson Fury (33 vitórias, incluindo 24 por nocaute). O desafio que Francis Ngannou se propôs é gigantesco. No entanto, isso não parece assustar o colosso camaronês de 37 anos, que ali disputará a primeira luta de boxe de sua vida. Riade (Arábia Saudita), onde acontecerá este confronto de titãs na noite de sábado, está salivando antecipadamente. Ngannou acredita que já venceu a luta. “É uma luta que já venci. Ganhei por ter tornado essa luta possível”, confidenciou no show do Stade 2 no domingo, França 3 o ex-campeão mundial dos pesos pesados, mas no MMA.
O lutador com cara de segurança de boate e hoje presidente da PFL África, braço africano da organização que se desenvolve no MMA, não fez as coisas pela metade para tentar encarar o desafio. Para melhor prepará-lo para desafiar (e derrubar?) o invicto “Rei Cigano”, o nativo de Batié ofereceu-se assim os serviços de… Mike Tyson. “Todas as lutas da minha vida foram apostas malucas. Mike Tyson está lá, isso significa que ele ainda acredita nisso, que acredita em mim”, avalia Ngannou, que quase ninguém imagina se tornar no sábado o primeiro boxeador da história a fazer o gigante morder a poeira britânica. Exceto ele.
Ngannou, o homem que “ganha a vida de bater nas pessoas”
“Mal posso esperar para provar mais uma vez que aqueles que duvidam de mim estão errados, porque geralmente quando alguém duvida de mim, isso sempre acaba acontecendo.” Aconteça o que acontecer, “O Predador” não experimentará o inferno que todos lhe prometem. Porque caramba, a coisa real, ele sabe o que é, e não tem nada a ver com um possível momento ruim passado no ringue. “Às vezes as pessoas me dizem que lutar é perigoso. Digo para mim mesmo: “Você não tem ideia, cara, nenhuma”.
Ngannou, cujo lema “Eu bati nas pessoas para viver” pode agradar a alguns, infelizmente sabe do que está a falar. Antes de quase morrer quando era migrante, o camaronês cresceu na mais profunda pobreza. E quando desembarcou em Paris depois de cruzar toda a África para chegar ao Marrocos e depois à Espanha, novamente enfrentando todos os perigos, foi a vida de um morador de rua que o futuro rei do MMA, enlutado pela morte de seu pai quando era apenas quinze anos, ele soube pela primeira vez.
Ngannou saiu da rua quando era sem-abrigo
Felizmente para ele, enquanto dormia ao ar livre num estacionamento da guarda de Lyon, Ngannou, que mais tarde se tornou um dos voluntários (na cozinha) desta associação humanitária, foi retirado da rua por “La Chorba”, um dos cujos membros Véronique, encontrados por nossos colegas da Fase 2, conheceram o futuro campeão durante um ataque de saque. Conta a história que a poucos passos da agremiação existia na época uma… academia de MMA, onde o lutador descobriu a modalidade, sem ainda saber que iria deixar sua marca nela. A partir de agora, é uma página do boxe que o camaronês, que venceu Cyril Gane na última partida, em janeiro de 2022, deseja virar no sábado. Se ele vencer, não ganhará o cinturão WBC “Gipsy King”. Por outro lado, o rebatedor baterá com muita força. Sua especialidade.