Desde a saída de Rudi Garcia em Nápoles, não há mais nenhum técnico francês em cargo em um grande campeonato estrangeiro.
Pode ter passado despercebido, mas Rudi Garcia foi um caso único. O natural de Nemours foi o único treinador francês a disputar um grande campeonato estrangeiro, na Europa, mas isso já passou. E a observação é terrível: não há mais nenhum treinador francês na Premier League, na Serie A, na La Liga e na Bundesliga. Em expansão, não há na Holanda, em Portugal, na Bélgica, na Turquia ou na Escócia, e nem na Arábia Saudita, onde os clubes recorrem exclusivamente a técnicos estrangeiros.
Para encontrar um treinador francês que trabalhe num grande clube da primeira divisão, é preciso olhar para… Ligue 1, onde os treinadores franceses são, no entanto, minoria. Oito estão atualmente em posição (Haise, Genesio, Gastien, Le Bris, Der Zakarian, Aristouy, Roy, Vieira) das 18 formações de elite. Um número muito baixo segundo Arsène Wenger. “Acho que a proporção não está correta neste momento, é um pouco alta na França”, explica o ex-técnico do Arsenal ao L’Equipe. É normal que haja uma parcela de treinadores estrangeiros porque eles trazem ideias novas. Eu próprio fui treinador no estrangeiro. Mas agora que existe reciprocidade no reconhecimento dos diplomas de treinador na Europa, não há nada a fazer para travar esta tendência. »
Restam Deschamps e Zidane…
O tempo em que Arsène Wenger e Gérard Houllier dirigiram grandes clubes ingleses parece muito distante. Claro, não podemos esquecer Zinedine Zidane, que conquistou várias Ligas dos Campeões com o Real Madrid, ou Didier Deschamps, campeão mundial com a seleção francesa em 2018. Ao mesmo tempo, Christophe Galtier ainda tem uma classificação interessante, mesmo que tivesse que junte-se ao Catar para encontrar uma posição depois do PSG.
Apesar de tudo, é preciso destacar que o treinador francês como um todo não é o perfil mais procurado pelos clubes e seleções. Não houve apenas dois jogadores na Copa do Mundo de 2022, Didier Deschamps e Hervé Renard.