Nem sempre Didier Deschamps digeriu a atitude dos jogadores argentinos após a final do Mundial de 2022. “Foi longe demais”, denuncia o técnico dos ‘blues’.
Já faz quase três meses, mas a cicatriz ainda está aberta. Libertado do silêncio em duas entrevistas concedidas ao Le Parisien e ao Le Figaro, Didier Deschamps voltou à final do Mundial de 2022, perdida pela seleção francesa após um encontro maluco (3-3, tabulação 4-2).
Sobre a partida, primeiro, o técnico dos Blues lembra o que não deu certo. “Desde o início, a Argentina colocou os ingredientes necessários para vencer uma partida dessas, explica “DD”. A princípio não sabíamos responder: quatro ou cinco jogadores não estavam nas melhores condições físicas ou emocionais. A diferença rapidamente provou ser muito grande. Tomamos um gol. Na minha cabeça, eu já estava pronto para fazer mudanças, esperando não ceder um segundo. O que infelizmente aconteceu. É raro para mim, mas liberei dois jogadores aos 41 minutos (Dembélé e Giroud). Depois mais dois, novamente, no 71º (Hernandez e Griezmann). Pode acontecer e não põe em causa tudo o que fizeram bem antes. Um pouco como N’Golo Kanté em 2018, diga-se de passagem. No geral, ficamos abaixo, não apenas os quatro primeiros de saída. Diante de um rival no topo, paga à vista. »
“A noção de respeito não existia”
Apesar disso, graças à orientação de Deschamps e ao hat-trick de Kylian Mbappé, os Blues conseguiram levar a Argentina nos pênaltis. O exercício foi mais uma vez fatal para a seleção francesa, o que deixou o técnico francês cético. “Alguns técnicos falam em loteria. Outros, ao contrário, recomendarão sessões específicas. Alguns jogadores no final do treino puxam alguns. Mas isso nada tem a ver com o contexto de uma final de Copa do Mundo em estádio lotado após, para alguns, 141 minutos de jogo nas pernas, acredita Deschamps. Sou criticado por não ter nomeado jogadores experientes? Eles haviam sido substituídos. A lista não seria a mesma se eu tivesse que fazer com os onze que começaram. Quando Scaloni lança, pouco antes do final da partida, Dybala, é justamente para torná-lo um atirador em potencial. Eu não tinha mais essa latitude. »
Após esta reunião, pode-se apontar o comportamento dos argentinos, em particular o de Emiliano Martinez. Isso também Didier Deschamps não esqueceu. “Houve fatos e atitudes inadmissíveis, Ele reclama. Não tenho nenhum problema com eles pulando nos telhados, sendo felizes, mas a noção de respeito não existia. Ninguém merece isso, especialmente Kylian. (faz beicinho) Houve pedidos de desculpas depois (do goleiro argentino)… Algumas situações foram longe demais. »