No sábado à noite, no Bell Centre, Auston Matthews atingiu a marca de 100 pontos, Nick Suzuki ultrapassou 40 assistências e… Michael Pezzetta recebeu seu 24º soco na cabeça nesta temporada.
É realmente impressionante para um jogador alcançar 100 pontos. É preciso algo especial. Mas suportar monstros dando socos na sua cabeça 24 vezes também exige algo muito especial.
Estive no Bell Center no sábado e pude assistir ao vivo a sétima luta de Pezzetta na temporada. Foi contra Ryan Reaves.
Em segredo, eu apelido Pezzetta de Pezzou. É por causa da minha namorada. Desde que ela se tornou mãe, ela vê tudo com esse olhar, por isso dá apelidos de criança para os jogadores do Canadiens. Caufield é Coco, Suzuki é Nico e Pezzetta é Pezzou.
E foi exatamente isso que pensei quando vi a luta de sábado. Imaginei a mãe ou o pai de Pezzetta assistindo o filho sendo atingido por esse gigante.
Pezzou levou oito socos no rosto ou na cabeça. Meu colega Jonathan Bernier, que já viu muitas lutas, acha menos e me lembra que alguns socos parecem acertar o alvo, mas nem sempre é o caso. Uma coisa é certa, ambos concordaram que Pezzeta não conseguiu acertar nenhum em Reaves.
Sua luta anterior foi contra Sam Carrick dos Oilers no dia 29 de março. Este último acertou sete socos na cabeça de Pezzetta.
Pezzetta e Carrick trocando socos –
São 15 socos no rosto ou na cabeça em duas lutas. Talvez alguns tenham acertado o capacete e não o rosto de Pezzetta se pudéssemos ver em câmera lenta. Independentemente disso, ainda são muitos socos na cabeça. Se comer uma maçã prolonga a vida em um dia, acho que cada soco na cara deve fazer o oposto.
Contra Ivan Drago
No dia 7 de dezembro, ele enfrentou Andreas Englund, um monstro sueco de 6’4″. Sério, ele se parece com Ivan Drago em Rocky 4.
Mas Pezzou, o brincalhão, foi para cima. O que você acha que aconteceu?
Ele deu quatro socos e não conseguiu alcançar o rival. Com sete centímetros a mais de altura, Englund manteve Pezzetta longe com seus braços longos. Quando Englund se cansou, começou a bater nele antes de a luta ser interrompida para proteger Pezzetta. Ele foi bastante cavalheiro. Poderia ter sido perigoso.
Pezzetta tenta animar o CH –
Nem sempre Pezzetta leva a pior. Em suas outras quatro lutas, às vezes ele teve vantagem e não apanhou tanto.
Mas no total, ele recebeu 24 socos na cabeça nesta temporada. Arber Xhekaj, que também lutou sete vezes, só recebeu 12.
A noite de sábado foi triste.
A Bíblia Reaves
Eu me coloquei no lugar dele. Ele soube na manhã de sábado que Arber Xhekaj não estaria jogando.
Ele sabia que se tornaria o alvo principal de Ryan Reaves.
Reaves está em boa forma. Estava no fim da carreira e não estava rendendo no Toronto. Mas nas últimas semanas voltou com tudo. Seu impacto é sentido, ele é intimidador e está convencendo os Leafs de que merece um lugar nos playoffs. Ele já venceu Matt Rempe e superou Nicolas Deslauriers e Tanner Jeannot recentemente.
Pezzetta com certeza não queria ser sua próxima vítima.
E então, 4 a 0 para o Toronto. Nada aconteceu até Pezzetta decidir acertar David Kampf com força. Foi o suficiente para acordar Reaves, que então partiu para cima de Pezzetta, que não teve escolha a não ser reagir. E apanhou.
Bucha de canhão
Claro, estou sendo um pouco infantil ao falar sobre Pezzetta. Afinal, ele é um adulto que sabe o que está fazendo. Ele recebe $812.500. Com 15 gols em 170 jogos na NHL, sabemos que ele não estaria na liga se não merecesse.
Ele gosta de lutar, com certeza. Mas levar 15 socos em duas lutas não é lutar, é apanhar. E acredito que ele não goste disso. Alguns podem dizer que ele poderia recusar. Talvez, mas sua carreira acabaria rapidamente. Ele é meio que obrigado a lutar se quiser permanecer lá.
É triste, mas é a realidade: Pezzetta é pago para apanhar. Ele é um saco de pancadas e não intimida ninguém. Independentemente de apoiarmos a luta ou não, precisamos reconhecer o quão absurdo é fazer alguém passar por isso, concorde ele ou não.
Todos pensavam que Reaves destruiria Pezzetta. E foi isso que aconteceu. Sim, os jogadores elogiaram, com razão, a coragem do lutador, mas será que podemos entender o peso emocional que é para um atleta ter esse papel?