Embora não exista um time profissional de basquete na cidade de Quebec, nada menos que 6.000 entusiastas sentaram-se no Centro Videotron para conhecer a LECB, como parte do Duelo Est vs Ouest. À luz deste primeiro encontro, há razões para acreditar que há material para construir um relacionamento mais longo.
Não havia basquete profissional em Quebec desde a saída dos Kebs em 2012. Obviamente, havia apetite pelo Duel de la LECB, vencido pelo placar de 107 a 102 pelo time do Oeste.
O calibre do jogo é elevado com boa parte dos jogadores presentes que já provaram a G League, a antecâmara da NBA. O público-alvo é definitivamente jovem, com algumas diferenças estilísticas em relação à NBA. Vemos isso, por exemplo, na música que toca do início ao fim do jogo, exceto em raros momentos de silêncio nos lances livres. Os quartos também duram 10 minutos em vez de 12 e o final do jogo é decidido com base no placar alvo.
“Estamos super felizes. Estávamos ansiosos para ver a reação das pessoas e o que vemos é que elas gostaram. As pessoas estão sorrindo. É como se o basquete profissional estivesse faltando em Quebec. Acho que há um lugar para isso”, disse Martin Tremblay, diretor de operações de esportes e entretenimento da Quebecor.
Crédito da foto: DIDIER DEBUSSCHERE/JOURNAL DE QUEBEC
Cinco quebequenses estiveram em ação, incluindo o ex-Rouge et Or Marc-André Fortin, que foi adicionado ao elenco do Leste no último momento, após uma desistência.
“Fiquei muito emocionado quando recebi a ligação. É uma loucura ver que estava tão cheio! É um bom presságio para uma equipe em Quebec”, observou.
Perto de um acordo?
Após o jogo, o comissário do LECB, Mike Morreale, sorriu facilmente.
“Estou impressionado com quantas pessoas apareceram aqui para um campeonato que não conheciam e sabendo que não têm time. Isso me faz sonhar como seria o basquete aqui”, elogiou, acrescentando que faltariam apenas alguns detalhes para acertar para formalizar a chegada de Quebec como o 11º mercado.
“Quase tudo que precisava ser feito para convencer (Martin Tremblay) foi feito. Ainda temos que finalizar”, disse.
Crédito da foto: DIDIER DEBUSSCHERE/JOURNAL DE QUEBEC
sem imprensa
Mesmo que o tom seja positivo em todos os aspectos, tanto entre o público como dentro da LECB, Martin Tremblay continua a insistir que Quebecor não embarcará na aventura do basquete de olhos fechados. O estudo de mercado que está em andamento deverá prosseguir até a segunda semana de setembro.
“Não tomaremos uma decisão num canto da mesa. Não vamos nos apressar em perder nossa chance. Se embarcarmos nisso, será no longo prazo”, especificou.
Vento de entusiasmo na Aliança
Crédito da foto: DIDIER DEBUSSCHERE/JOURNAL DE QUEBEC
O entusiasmo pelo projeto de uma equipe em Quebec é particularmente palpável na organização da Aliança de Montreal, que saliva com a ideia de viver mais um capítulo da rivalidade Quebec-Montreal, desta vez na LECB.
Charles Dubé-Brais, treinador adjunto da Alliance e gestor geral de treino ocidental no Centro Videotron, ficou encantado com o facto de 6.000 adeptos terem respondido à chamada.
“É ótimo porque Quebec é um dos grandes mercados canadenses que não tem equipe no momento. O fato de haver tantas pessoas respondendo quando nem mesmo é um time local jogando mostra o quanto as pessoas se interessam pelo basquete.
“Com o que deu em Winnipeg, que é um mercado com população semelhante e um anfiteatro que se parece com este aqui com 6.000 pessoas por jogo este ano, há motivos para acreditar que pode funcionar em Quebec. Quebec é esse tipo de cidade onde esportes de diferentes ligas funcionam muito bem”, comentou.
Não como os Kebs
Este último viveu a epopeia dos Kebs em Quebec como treinador principal e garante que os dois produtos não devem ser comparados.
“Não tem absolutamente nada a ver com isso. Estamos falando de uma liga que vai muito bem e que conta com o apoio do Basketball Canada. Muitos jogadores da seleção nacional vêm jogar, assim como ex-jogadores da NBA. Essa liga e o que já esteve aqui antes não chega nem perto de ser comparado”, afirmou.
Por sua vez, a presidente da Aliança, Annie Larouche, continua acreditando que a equipe pode nascer no curto prazo em Quebec.
“Acho que é realista para 2024. Já há algum tempo que há discussões e há interesse de Quebec. Tudo é possível quando você pensa que a criação da Aliança foi anunciada em outubro de 2021 e que começamos em maio de 2022. Em Quebec já está tudo pronto com o Centro Videotron e a equipe. É facilmente alcançável”, confidenciou ela no início desta semana.