Sete gols em 23 chutes, a torcida hostil de Winnipeg gritando para ele sair do jogo e críticas de seu técnico: o goleiro do Avalanche, Alexandar Georgiev, teve uma partida dolorosa no domingo, e isso trouxe de volta más lembranças para um quebequense que marcou as redes por muito tempo.
“Há um humano por trás do goleiro que quer ajudar seu time e a última coisa que ele quer é perder”, ressalta Patrick Lalime. A pior decepção que você pode sentir é quando sente que está decepcionando seus companheiros.”
Josh Morrissey derrotou Alexandar Georgiev na circulação –
Lalime deixa claro: não queria devolver a entrevista para ele. Mas vendo um Georgiev tão generoso diante de sua jaula, enquanto era designado para analisar o primeiro jogo entre Colorado e Winnipeg Jets, o ex-goleiro traça um paralelo com sua temporada nos Blues, em 2005-2006.
Uma campanha difícil depois de vários anos nos Senadores, durante os quais o quebequense manteve um recorde de 4-18-8, uma média de gols contra 3,64 e uma taxa de eficiência de 0,881.
Sua esposa encontrou a solução
Mas é preciso dizer que este ano foi especial: foi o primeiro após o bloqueio, por isso choveu punições para que as novas regras fossem aprovadas.
Além disso, os pobres Blues tiveram que enfrentar seus poderosos rivais, o Detroit Red Wings, o melhor time da liga, em oito ocasiões.
“Demorou um bom mês e meio antes que eu encontrasse meu jogo, evoca Lalime, enviado por seis semanas para a Liga Americana. Contratei um psicólogo. Mas naquele momento foi minha esposa quem encontrou a solução. Ela me disse: você vai eliminar todo o negativo da sua cabeça e vai me contar tudo o que for preciso para seguir em frente.
Mais difícil para um goleiro
Georgiev passava por momentos difíceis antes mesmo de registrar o pior desempenho de um goleiro nos playoffs em 18 anos (ver outro texto aqui). Em suas últimas partidas antes de entrar nos playoffs, o russo de 28 anos perdeu seis vezes para o Vegas Golden Knights.
Capitão abre impasse no segundo tempo –
Todos os atletas passam por momentos de crise em suas carreiras em algum momento, mas os de um goleiro são particularmente difíceis de lidar, diz Lalime. Porque o goleiro deve estar constantemente alerta quando o disco se aproxima de sua rede.
“Se você não tem confiança, quando o disco chegar, você não tem diversão! ele diz. (…) Foi um momento que foi muito difícil para mim, estava esgotado mentalmente. Eu entendo como ele se sente.
Jocelyn Thibault, outra goleira de Quebec, também teve partidas difíceis nos playoffs. Uma olhada nos arquivos revela que o ex-canadense e Nordiques se rendeu quatro vezes em 19 arremessos durante um jogo entre Montreal e o New York Rangers em 1996, e cinco vezes em 26 arremessos contra o New Jersey Devils no ano seguinte.
Mas se teve “quedas”, explica, não se lembra de ter oferecido tal atuação na primeira partida da série, enquanto há “adrenalina”, um “vibração”, que você está “pronto e motivado”.
Memórias de Price também
Quanto aos gritos dos apoiadores de Winnipeg, que entoavam “puxe o goleiro” (“remover a guarda”, para ver no vídeo no topo), Thibault não acredita que isso tenha impacto real no moral do goleiro, mesmo que imaginemos que ele já não está no seu melhor.
Mas teremos que ver se Georgiev mantém a rede pelo resto da série e se a situação se repete em Denver. “Porque quando são os nossos apoiantes, é diferente…” observa Thibault.
Lowry pontua ao acertar todos os três postes! –
“Quando comecei a trabalhar com mídia, lembro que Carey (Price) passou por momentos difíceis e os fãs estavam atrás dele. Isso é difícil”, diz Lalime, ao mencionar que os Blues estiveram muito corretos durante sua difícil temporada.
“Porque você está em casa, na sua zona de conforto”, acrescenta, “e até o mundo que deveria estar atrás de você tem uma percepção das coisas”.