O ex-presidente da Federação Espanhola de Futebol, Luis Rubiales, é intimado esta sexta-feira a tribunal no âmbito da investigação sobre o beijo forçado que deu à jogadora Jennifer Hermoso após o título mundial da “Roja” feminina, anunciou terça-feira um tribunal de Madrid.
Rubiales é convocado na sexta-feira por um juiz de instrução “para ser ouvido como arguido” e para responder às acusações de “agressão sexual” apresentadas contra ele, informou o Tribunal Nacional de Audiências num comunicado de imprensa.
Esta decisão surge na sequência do sinal verde dado segunda-feira pelo juiz Francisco de Jorge ao pedido do Ministério Público, que pedia a instauração de um processo contra Luis Rubiales por “agressão sexual” e “crime de coação” contra Hermoso.
O Ministério Público espanhol, que abriu no dia 28 de agosto uma investigação preliminar sobre este caso, solicitou que Rubiales fosse ouvido pelos tribunais como arguido e Hermoso como vítima, após receber denúncia do jogador.
O anúncio desta intimação judicial surge dois dias depois da demissão de Rubiales, 46 anos, que acabou por atirar a toalha ao recusar abandonar o cargo desde o início do caso, afirmando que este beijo foi “consentido”, o que Hermoso nega categoricamente.
Rubiales, suspenso no final de agosto pela Federação Internacional de Futebol (Fifa), indicou que estava renunciando principalmente para se concentrar na defesa. “Tenho fé na verdade e farei tudo o que estiver ao meu alcance para que ela prevaleça”, escreveu ele na sua carta de demissão.
Desde uma recente reforma do código penal espanhol, um beijo não consensual pode ser considerado agressão sexual, uma categoria criminal que reúne todos os tipos de violência sexual. Segundo uma porta-voz da promotoria, as penas incorridas por Rubiales variam de multa a quatro anos de prisão.
O crime de coação também foi retido porque, segundo a acusação, “Jenni Hermoso explicou que tinha sido, com a sua comitiva, vítima de pressões constantes de Rubiales e da sua comitiva profissional para que justificasse e aprovasse os factos”.