Heather Watson tomou pílulas anticoncepcionais no ano passado em Wimbledon. A jogadora britânica sabia que estaria menstruada durante o evento e queria evitar manchas de sangue em sua cueca branca, que sempre fez parte do rígido código de vestimenta do torneio de prestígio e costuma ficar muito visível sob vestidos, muito brancos.
“Corremos em campo, suamos, fazemos espacates…” levantou em entrevista o 149º jogador do mundo no canal britânico Sky.
Este ano, porém, não há necessidade de os jogadores tomarem remédios para evitar manchas indesejadas. Wimbledon decidiu aliviar seu código de vestimenta para as mulheres. Eles podem usar shorts ou roupas íntimas escuras, se desejarem.
Uma pequena revolução no recinto mais purista do tênis.
Esta regra de roupas totalmente brancas no All England Club data da década de 1880, explica a enciclopédia Britannica.
Na época, qualquer marca de suor nas roupas era considerada impura. Os organizadores do mais antigo dos torneios do Grand Slam, portanto, pediram aos jogadores que se vestissem todos de branco, já que os vestígios de transpiração são menos visíveis em roupas dessa cor.
“O árbitro mencionou isso para mim”
Mas mesmo antes de cada vez mais jogadores reclamarem da ansiedade causada por jogar de branco durante o período, a regra estrita causou polêmica.
O americano Andre Agassi boicotou o torneio por três anos, entre 1988 e 1990, por dizer que se sentia mais confortável jogando com as roupas bem coloridas que costumava usar (naquela época, Agassi usava frequentemente trajes neon e um imponente corte Longueuil).
Heather Watson não é a única jogadora a ficar aliviada com o relaxamento das regras em Wimbledon. Coco Gauff, número 7 do mundo, dos Estados Unidos, disse à Sky que ela teve suas roupas manchadas no passado durante o período durante um torneio.
“Felizmente, o árbitro mencionou isso para mim antes que alguém percebesse. Mas (esta decisão), faz uma grande diferença, disse o jovem jogador. Estou feliz por estarmos conversando sobre isso, porque estamos preocupados. Também estou feliz que não seja mais um tabu.”
Crédito da foto: AFP Photo