O Mundial Feminino de 2023, “o maior e melhor de todos os tempos”, gerou mais de 570 milhões de dólares (520 milhões de euros), recebeu esta sexta-feira o presidente da Fifa, Gianni Infantino.
O dirigente suíço também apelou às mulheres, fortes com este sucesso, a “escolherem as lutas certas (…) para nos convencer, nós homens, do que devemos fazer”.
“Digo a todas as mulheres – e vocês sabem que tenho quatro filhas, então tenho algumas em casa – que vocês têm o poder de mudar”, disse ele na Convenção de Futebol Feminino da FIFA, sob aplausos mornos.
A declaração um tanto vaga de intenções do presidente do órgão “com os homens, com a Fifa, você encontrará portas abertas. Empurre-os, eles estão abertos”, provocou uma reação irônica da atacante norueguesa Ada Hegerberg, que escreveu no X (ex-Twitter): “Trabalhando em uma pequena apresentação para convencer os homens. Quem vai embora?”.
A competição co-organizada pela Austrália e Nova Zelândia “excedeu US$ 570 milhões em receita, o que nos permitiu empatar”, explicou Infantino de Sydney.
“Não perdemos dinheiro e este é o segundo evento esportivo que mais rende dinheiro, fora, é claro, a Copa do Mundo Masculina, no cenário mundial”, afirmou.
“Isso mostra que nossa estratégia não foi tão ruim, mas é claro que ainda temos que melhorar muito. Mas estamos no caminho certo”, apoiou o ítalo-suíço, reeleito em março para um novo mandato até 2027.
A Fifa anunciou em fevereiro uma receita recorde para o ciclo 2019-2022 de cerca de US$ 7,6 bilhões, um aumento de 18% em relação ao período anterior.
O presidente Infantino defendeu a escolha de ampliar o Mundial Feminino para 32 seleções participantes, que até então contavam com apenas 24.
“Eles diziam: ‘Não vai funcionar, o nível é muito diferente, você terá placar de 15 a 0, será ruim para o futebol feminino e sua imagem'”, disse ele.
“Mas me desculpe, a Fifa estava certa. Tivemos muitos países ao redor do mundo que pensaram que tinham a chance de participar. Todo mundo agora acredita que tem chance de brilhar no cenário mundial”, garantiu o mandatário do futebol mundial.
A nona edição da Copa do Mundo, “a maior e melhor de todos os tempos” segundo Infantino, foi marcada pelo surgimento de novas nações, como Jamaica, Marrocos e África do Sul que chegaram pela primeira vez à fase de mata-mata.
A Fifa também triplicou as alocações em relação à edição de 2019 na França, elevando o “prêmio em dinheiro” para um total histórico de 152 milhões de dólares (135 M€), dez vezes mais do que para a Copa do Mundo de 2015 no Canadá.
A final vai opor a Espanha à Inglaterra no domingo, em Sydney, duas seleções que sonham em acrescentar seus nomes à lista.