No dia seguinte ao seu anunciado retorno às competições, Georges St-Pierre queria moderar as expectativas em relação a ele. É sobretudo a promoção da sua disciplina preferida que pretende fazer, em vez de almejar os picos mais altos como nos seus anos de glória no UFC.
Como ele havia especificado no dia anterior, é no jiu-jitsu que ele se apresentará durante o UFC Fight Pass Invitational 6, no dia 14 de dezembro.
Este é um ramo das artes marciais mistas, onde os atletas trabalham em combate corpo a corpo, em vez de baterem uns nos outros.
“Quero esclarecer que não é um retorno às artes marciais mistas, é outra coisa completamente diferente”, disse ele em entrevista por telefone ao O jornalesperando seu voo no aeroporto de Las Vegas.
“Estamos falando de outra forma de combate muito especializada. O risco de ferimentos é reduzido, assim como o risco de danos na cabeça. O cérebro é o centro de controle que controla suas ações e emoções. Para mim é muito importante manter-me saudável a este nível e continuar a praticar desporto. Acho que é um caminho mais seguro. Ainda estou em boa forma e é divertido treinar para um desafio.”
Sem grandes objetivos
Aquele que se deu a conhecer pela sigla GSP teve uma carreira fenomenal no octógono com cartel de 26-2. Ele também foi campeão mundial dos meio-médios em duas oportunidades, além de ter conquistado o título dos médios em sua última luta, em 2017.
Se ele sabe muito bem que seu nome é sinônimo de glória no UFC, o orgulho de Saint-Isidoro está muito lúcido quanto aos seus objetivos futuros.
“Não quero mais lutar para tentar provar que sou o homem mais forte do mundo. Mesmo nessa disciplina (jiu-jitsu), meu objetivo não é mais ser o melhor do mundo. Sei que há jovens que se especializam nisso, que fazem exatamente isso e que são melhores do que eu.
“Fui campeão de MMA. O agarrar, é apenas parte do MMA. Farei algumas lutas para divulgar o esporte. Sim, sou competitivo e quero vencer. Veremos como corre, mas não tenho ilusões. Tenho 42 anos e não vou buscar um campeonato mundial”, disse ele.
Crédito da foto: Arquivos de fotos, Agência QMI
Uma missão promocional
Acima de tudo, St-Pierre gostaria que a forma de combate que sempre o inspirou mais do que tudo se tornasse mais conhecida do público em geral. Ele acredita que há um apetite real a este nível.
“Quero lutar contra caras que já lutaram no MMA para que as pessoas fiquem curiosas, para que eu possa divulgar o esporte. Há uma grande demanda e estou animado para fazer parte disso”, disse ele.
Segundo ele, essa técnica de combate merece ser conhecida na sociedade.
“Qualquer um pode praticar esse esporte porque não envolve bater na cabeça e é uma ótima forma de autodefesa. É um grande desafio dar a conhecer este desporto.
“Pode ser muito violento porque você manipula as articulações do corpo, mas também pode ser um esporte de controle. Quando eu era porteiro, usava essas técnicas para subjugar as pessoas sem feri-las. Pode ajudar muita gente que trabalha na área de segurança”, defendeu.
O adversário do dia 14 de dezembro ainda não é conhecido, mas o quebequense acredita que a novidade será revelada nas próximas semanas.