Quando a Quebec Major Junior Hockey League anunciou em março passado que fortaleceria seus regulamentos sobre lutas com o objetivo de ter cada vez menos lutadores, vários torcedores subiram nas barricadas.
Algumas pessoas riram do circuito. Até o capitão do canadense, Nick Suzukidisse que não entendeu esta decisão.
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Estas zombarias não agradaram ao Comissário Mario Cecchini. No entanto, está convencido de que foi uma decisão tomada para o bem dos seus jogadores com idades entre os 16 e os 20 anos.
“A reação é claramente diferente entre o Canadá inglês e o Quebec, bem como entre a nossa liga”, observou ele na quinta-feira durante sua primeira coletiva de imprensa marcando o início da campanha. Nas últimas 24 horas fiz três podcasts no Marítimo e notei francamente que a regulamentação das lutas avançou e senti apoio.
Apenas uma luta
Nos 64 jogos amistosos houve apenas uma batalha, ao contrário das 19 e 20 dos últimos dois anos, que foi cerca do dobro da temporada regular.
“É a nova geração que nos leva até lá”, garantiu Cecchini, admitindo que esperava cerca de dez lutas. Os jovens estão lá. Nem todo mundo dirá isso abertamente. Acho que não havia vontade de se destacar dessa forma. A pré-temporada mostrou que a mensagem havia sido enviada.
Os jogadores que derrubarem as luvas serão expulsos do jogo, os designados como instigadores e agressores receberão uma e duas suspensões de jogo, enquanto uma segunda briga privará o patinador de uma partida.
“O que um jogador mais odeia é perder tempo de jogo”, confirmou Cecchini. Quando você está tentando defender o sonho de jogar na Liga Nacional, você quer passar um tempo no gelo.
Ajustes na Copa Memorial
Os principais circuitos juniores de Ontário e do Oeste, liderados pela Liga Canadense de Hóquei, não são tão rígidos e uma escolha terá de ser feita tendo em vista a Memorial Cup, o torneio nacional no final da temporada.
“A Liga Canadense eventualmente terá que anunciar os regulamentos que serão adotados. Será interessante ter estas conversas”, comentou o comissário da QMJHL, acrescentando que “será um primeiro indício” para saber em que direção as outras ligas pretendem avançar.
Não menos robusto
A diminuição do número de lutas não impediu o QMJHL de colocar as mãos na Memorial Cup nos últimos quatro campeonatos, ainda que alguns dissessem que faltou robustez aos seus jogadores.
“Apesar do tamanho dos jogadores do Seattle (Thunderbirds), não vi nenhum suavidade (jogo suave) ao lado do (Remparts de) Québec, que controlou a partida (final) de A a Z. Estamos falando de hóquei, uma mudança de cultura e de mentalidade. Espero esse tipo de resistência”, sublinhou Cecchini, ao tocar no precioso troféu.
Este último, porém, disse estar “preocupado com pessoas que não se informam ou com escuteiros que não fazem o seu trabalho a 100% e que tomariam isso por dinheiro».
“Isso me incomoda. Trabalharemos para garantir que nossos jogadores sejam valorizados. Não quero ser comparado a outras ligas canadenses, mas a todos os jogadores do mundo que jogam em ligas que têm regulamentos como o nosso”, disse Cecchini.