O Calgary Flames aposentará na noite de sábado a camisa 34 do ex-goleiro Miikka Kiprusoff, que deixou sua marca na organização e em seus companheiros com seu talento, mas também seu caráter enigmático.
Muito misterioso, o finlandês tinha hábitos curiosos e uma atitude por vezes maluca. Em artigo para a Sportsnet, vários ex-companheiros de “Kipper” contaram anedotas sobre o homem de 47 anos.
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“Ele não se abria com muita gente e não falava muito, principalmente sobre sua vida pessoal”, explicou a ex-defensora Robyn Regehr. Mas se ele confiasse em você, seria muito agradável estar ao lado dele. Ele tinha um senso de humor bastante grosseiro, mas travesso, e se encontrasse alguém de quem pudesse rir, concentrava-se nisso. Ele amou.”
“Durante minha segunda temporada na NHL, todo o time saiu para a cidade de Nashville e Olli Jokinen disse: 'Tudo o que Kipper bebe, você bebe.' Aguentei apenas uma hora, dei alguns passos de dança na pista e fui direto para o banheiro do meu quarto de hotel”, lembrou o atual capitão dos Flames, Mikael Backlund.
“Um pouco antes dos playoffs, estou sozinho na frente da rede durante o treino e de repente alguém me dá um tapinha na parte de trás da perna e me diz: 'Seu cabelo é muito grande, sai dessa aliás, não vejo nada”. Eu me virei, chocado, e disse: 'Você fala inglês?'” mencionou Mike Commodore com humor, cujas discussões com Kiprusoff eram obviamente raras.
Diz-se também que o nativo de Turku fumava muito e mascava tabaco. Mesmo sendo seu companheiro de equipe há muito tempo, Jarome Iginla acredita que só o viu fazer um teste físico uma vez.
Boas memórias
Felizmente, quando era importante, Kiprusoff estava mais concentrado do que nunca. Depois de ser adquirido pelo San Jose Sharks durante a temporada 2003-2004, ele imediatamente levou o Flames à final da Stanley Cup, mantendo uma média de gols contra 1,70 durante o calendário regular.
“Percebi logo que era um vestiário cheio de caras muito bons, não apenas de bons jogadores. Para mim foi como uma segunda chance e as coisas começaram a correr bem. O ano inteiro foi incrível, assim como a sequência dos playoffs”, disse o aposentado em entrevista coletiva em Calgary na sexta-feira.
“Para mim, mesmo sendo o meu número que sobe, acho que é um momento para a nossa equipe. Não é só o meu momento, é dos caras com quem joguei e que me ajudaram muito”, acrescentou Kiprusoff, que nunca levantou a taça de prata.
Ele desligou os patins em 2013, após uma carreira de cerca de 12 anos na Liga Nacional. Ele ganhou os troféus Vezina e William Jennings em 2005-2006, mas perdeu a cerimônia de premiação.
Seu número 34 será o quarto a flutuar nas alturas do Scotiabank Saddledome, depois dos de Lanny McDonald (9), Jarome Iginla (12) e Mike Vernon (30).