A indiscutível rainha da ginástica Simone Biles, de volta ao alto nível após dois anos de folga, conquistou o 21º título mundial de sua carreira na sexta-feira em Antuérpia ao dominar a competição geral, menos de dez meses antes das Olimpíadas de Paris.
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Já conquistando o título por equipes na quarta-feira, a americana somou 58 399. Em um oceano de brilho, ela mais uma vez produziu uma competição versátil digna de seus padrões, obtendo a melhor pontuação em três dos quatro aparelhos. Só lhe escaparam as barras assimétricas, o aparelho que menos teve sucesso.
Esta é a 27.ª vez que a norte-americana sobe ao pódio mundial e, apesar da rotina, foi com os olhos húmidos que a ginasta, agora com 26 anos, subiu ao degrau mais alto. “Na verdade, eu tinha algo no olho que não conseguia tirar, juro que é verdade”, explicou ela.
Crédito da foto: AFP
“Mas eu ainda estava emocionado! Há dez anos conquistei meu primeiro título mundial aqui e estamos de volta aqui. Significa muito para mim, visto que lutei para voltar e me sentir confiante o suficiente para competir.”
Com mais dois dias de competição, tudo indica que a colheita de medalhas da norte-americana será ainda mais enriquecida, uma vez que ainda tem quatro finais para disputar.
“Ela é como vinho”
Biles faz um retorno de tirar o fôlego em Antuérpia, dois anos depois das cansativas Olimpíadas de Tóquio marcadas pelo episódio dos “twisties”, essas perdas brutais de toda referência no espaço.
De volta ao alto nível, a pequena texana de 1,42 m parece colocada em órbita para as Olimpíadas de Paris depois de aproveitar o intervalo para tratar de sua saúde mental.
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“Ela sempre tem dificuldades, não é perfeita”, disse sua treinadora, a francesa Cécile Landi. “(Mas) ela prova para todos que pode ser melhor do que antes (…) Ela é como o vinho, melhora com a idade!”
Durante a qualificação, Biles adicionou uma nova linha à sua lenda ao completar com sucesso um salto único de extrema dificuldade que agora leva seu nome.
Na sexta-feira, os espectadores do Sportpaleis da cidade flamenga testemunharam outro evento extremamente raro, quando a tetracampeã olímpica literalmente tropeçou com os pés no tatame em um salto que parecia inócuo no final de seu programa de solo.
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O incidente, acompanhado de “ooohs” e “aaahs” do público e que pareceu fazer sorrir o norte-americano, não teve, no entanto, quaisquer consequências no ranking.
“Eu tropecei… Na verdade, sou bastante desajeitado na vida fora da academia, então não me surpreende muito que isso tenha acontecido”, explicou o americano. “Senti que minhas pernas estavam pesadas e não conseguia carregá-las.”
A brasileira Rebeca Andrade (56.766), atual campeã, ficou com a medalha de prata, enquanto o bronze foi para outra americana, Shilese Jones (56.332), prata no ano passado. O pódio ficou assim composto inteiramente por ginastas negras, como destacou Biles.
“Tivemos um pódio 100% negro, achei incrível: “Black girl magic!””, sorriu a texana. “Espero que isso mostre às meninas que tudo é possível se você se dedicar e treinar duro.”