Os Estados Unidos, bicampeãs, foram eliminadas do Mundial Feminino da 8ªes final pela Suécia (0-0, 5-4 pênaltis) domingo, em Melbourne, após uma disputa de pênaltis.
Depois de um impasse de quase três horas, e sete arremessadores diferentes, os todo-poderosos americanos acabaram caindo, em uma ação final “cruel”, segundo seu técnico Vlatko Andonovski.
Só na assistência por vídeo (VAR) a árbitra francesa Stéphanie Frappart validou o pênalti de eliminação assinado por Lina Hurtig, que passou por um fio de cabelo da linha do gol.
A equipe dos EUA já havia desperdiçado uma bola de qualificação, por sua jovem estrela Sophia Smith.
Antes dela, Megan Rapinoe havia perdido sua tentativa, para a última aparição em uma Copa do Mundo do ícone de 38 anos.
“Parece uma piada de mau gosto, um filme de mau gosto”, disse ela. “Eu sei que é o fim, e é triste…”
A goleira americana Alyssa Naeher não vacilou quando começou como a sexta arremessadora, uma situação extremamente rara que transformou a disputa de pênaltis em uma lenda.
Este cenário alucinante sela a saída da Team USA, no pódio das oito edições disputadas até ao momento e quatro vezes tituladas, de um torneio que confirma à sua custa o progresso dos seus rivais.
O hat-trick, feito que nenhum time, feminino ou masculino, jamais conseguiu, foi além das possibilidades da primeira nação do ranking mundial da FiFA, abandonada por seu ataque.
Decepcionantes na fase de grupos, as americanas paradoxalmente conseguiram a melhor atuação da competição contra a Suécia, três vitórias em três disputadas até o momento.
“Merecemos ganhar este jogo. Criamos chances suficientes, lutamos bem. Fizemos tudo bem”, garantiu Valtko Andonovski.
Mas o coletivo do técnico, que apostou na juventude na ausência da espinha dorsal da geração titulada em 2015 e 2019, entre abandonos e lesões, faltou eficácia frente a uma equipa mais experiente.
A ambiciosa Suécia, terceira nação do mundo, enfrentará o Japão na sexta-feira, em Auckland, por uma vaga nas semifinais.
Os atuais vice-campeões olímpicos, muitas vezes bem colocados, mas nunca vencedores, contam com uma defesa de ferro, encarnada pelo guarda-redes Zecira Musovic, que fez um grande jogo, com onze defesas.
“É uma grande vitória para nós. Estávamos bem preparados, temos o melhor treinador do torneio”, reagiu o jogador do Chelsea.
Ela fez duas defesas decisivas, em uma recuperação canônica de Lindsey Horan (53e) e um cabeceamento de Alex Morgan (89e), que manteve seus companheiros à tona na frente de seu gol.
Ela fez isso de novo na prorrogação, novamente contra Morgan (96e), depois de Lynn Williams (101e).
Os americanos, criticados por todos os lados antes da reunião, ergueram bem a cabeça no chão.
Horan, de cabeça, pensou que estava enganando Musovic, mas seu cabeceamento acertou o travessão, após escanteio (34e).
Estas ocasiões ilustraram tanto a reação de orgulho dos americanos, como a falta de eficácia que os persegue desde o início do torneio.
As artilheiras Alex Morgan e Sophia Smith, eleita a melhor jogadora do campeonato americano na última temporada, não deram o esperado nocaute, expondo suas companheiras a uma reviravolta das suecas no final da partida.
A Seleção dos Estados Unidos finalmente quebrou nos pênaltis, como na final da edição de 2011 que as americanas haviam perdido para o Japão.