Se a quadra central do IGA Stadium tivesse um telhado, certamente teria explodido quando Leylah Annie Fernandez prevaleceu após quase três longas horas de uma batalha amarga na noite de quarta-feira.
Fernandez parece gostar de vencer em casa e aproveitou para assinar sua segunda vitória em Montreal na vida e chegar à terceira fase pela primeira vez no torneio canadense.
Tudo isso surpreendendo a 11ª cabeça-de-chave, Beatriz Haddad Maia, por 7-5, 5-7 e 6-3. A sessão extremamente dura do dia durou exatamente 2h 55min, terminando sob os holofotes.
“É o meu jogo favorito”, disse a finalista do Aberto dos Estados Unidos a seus fãs há dois anos.
Atmosfera selvagem
Muito antes de o quebequense entrar na quadra central, a atmosfera era festiva no estádio IGA. Os amadores já haviam sido contemplados com as vitórias da melhor jogadora do circuito, Iga Swiatek, e da terceira cabeça-de-chave, Elena Rybakina. Eles valeram o dinheiro!
A multidão estava, portanto, bem aquecida e Leylah conseguiu tirar proveito desse ambiente impulsionado.
O “oh”, “ah”, “ufa”, “uau” foram ouvidos repetidamente após os tiros dos dois jogadores.
Músicas de Nova York 2021
Depois de um pouco de adaptação às batidas pesadas e descruzadas de Haddad Maia, Fernandez pegou o ritmo. Ela trocou golpe por golpe com a brasileira e demonstrou jogo criativo, principalmente com um drop shot que fez os espectadores pularem de suas cadeiras no primeiro set.
A quebequense de 20 anos não parecia uma garota que ocupa o 81º lugar no mundo. Na verdade, ela se parecia mais com a Leylah de 2021, aquela que lutou para chegar à final do Aberto dos Estados Unidos em seu aniversário.
Mesmo após o interminável sétimo jogo, quando Leylah teve cinco chances de fazer 5 a 2 e sua rival recuperou para 4 a 4, ela não se intimidou. Fernandez ainda respondeu realizando um jogo de serviço perfeito.
E a ex-13ª raquete do WTA não parou por aí, quebrando a sul-americana de 27 anos, com mais um shutout, para levar o primeiro set.
Inabalável
Durante todo o encontro, Haddad Maia mandou Leylah correr, mas a pequena atleta de 1,60m estava em ótima forma. Seus quatro jogos disputados na semana passada em Washington, incluindo dois nas eliminatórias, pareciam fazer bem a ele.
O longo alcance de 6′ da brasileira já a livrou de problemas várias vezes, mas não foi o suficiente para apagar a faísca do jogo de Leylah.
Este último não se intimidou, mesmo quando um funcionário iniciou por engano um comercial de áudio quando ela estava prestes a lançar a bola.
Ou quando ela assustou seu clã e os espectadores ao cair no chão, com um placar de 4 a 4 no segundo set.
Ou quando você tinha que esperar que as luzes se acendessem ao entardecer.
Ou quando ela não conseguiu converter um match point e Haddad Maia aproveitou a chance para se salvar com o set do meio.
Ou quando os espectadores gritavam “fora” quando a bola era boa.
Não, nada poderia parar Leylah na quarta-feira.
Sua corrida dos sonhos em Montreal continuará na quinta-feira. Para chegar às quartas de final, Leylah agora terá que vencer a 48ª colocada, a americana Danielle Collins, que nocauteou Eugenie Bouchard nas eliminatórias, ou a grega Maria Sakkari, oitava cabeça-de-chave e vice-campeã no fim de semana passado em Washington. Esta reunião ainda estava em andamento na quadra de Rogers no momento da redação deste artigo.
Este foi o terceiro duelo entre os dois jogadores no WTA. No ano passado, Leylah Annie Fernandez venceu por 6-1, 6-4 no México, enquanto Beatriz Haddad Maia eliminou a canadense vice-campeã em Toronto, 7-6(4), 6-1 rumo a uma participação na final, que ela perdeu para Simona Halep.