Não há comparação entre sacrificar uma vida para garantir a liberdade de um país e se jogar na frente do fogo para ajudar seu time a conquistar uma vitória surpreendente.
Só que neste Memorial Day vale destacar a dedicação demonstrada pelas tropas de Martin St-Louis, numa partida aparentemente torta. Para surpreender os Bruins por 3 a 2 na prorrogação, o Montreal teve que investir toda a energia que restava no tanque.
Porque vencer os Bruins não é para todos. Foi apenas a terceira derrota – a segunda no desempate – da antiga equipa de Patrice Bergeron.
Quando se trata de sacrifício, Kaiden Guhle deu o exemplo. Durante um power play de dois homens do Bruins, ele bloqueou dois de seus chutes, incluindo um de perto de David Pastrnak. O fato de ter marcado o gol da vitória foi apenas uma resposta adequada para o zagueiro.
Na mesma sequência, Johnathan Kovacevic e Christian Dvorak também intervieram entre o atirador e Samuel Montembeault.
Brendan Gallagher é outro que sabe algumas coisas sobre sacrifício. Ele passou a noite nas mãos de Jeremy Swayman. Foi a partir daí que marcou o quinto golo da temporada e foi a partir daí que iniciou uma escaramuça que acabou por envolver todos no gelo, com exceção de Montembeault.
“Você não pode vencer com um truque de mágica. Para chegar lá tem que doer”, disse o técnico canadense, obviamente satisfeito com o esforço de seu rebanho.
Finalmente uma faísca
Um esforço concentrado que permitiu aos Habs encerrar uma série de 10 derrotas consecutivas contra seus inimigos jurados. O domínio dos bostonianos tornou-se tal que a rivalidade começou perigosamente a desmoronar.
Os dois gols em 27 segundos, marcados por Nick Suzuki e Gallagher no início do terceiro período, os poucos empurrões após o apito e o gol de Guhle na prorrogação talvez tenham acendido uma faísca nesta rivalidade oscilante.
Pelo menos, essa é a felicidade que desejamos a nós mesmos. Porque nada melhor aconteceu em termos de rivalidade desde os tempos dos nórdicos. Poderemos ter alguma resposta no próximo sábado, quando os Habs retribuirão o favor aos Bruins indo para Boston.
Além disso, deixar tudo no gelo, se jogar na frente dos tiros, isso é uma página do livro de cultura dos Bruins. Uma cultura que permite a esta equipa, como recordou Brad Marchand pela manhã, experimentar o sucesso desde a chegada de Zdeno Chara, há cerca de quinze anos.
O capitão dos Bruins escapa
Falando em Marchand, ele pode ter se tornado capitão dos Bruins, mas não vamos mudá-lo. O atacante impetuoso ainda tem um caráter impetuoso. Após o treinamento de sua equipe, Jim Montgomery reconheceu esse fato ao afirmar que Marchand ainda estava cheio da mesma paixão.
Uma paixão que, por vezes, dá origem a discussões acaloradas com funcionários.
“Às vezes ele se acalma antes de falar com os árbitros. Outras vezes, sou eu quem tem que acalmá-lo. É cômico”, enviou o técnico do Bruins poucas horas antes do confronto.
O Montrealer original achou a situação menos engraçada quando seu líder foi aquecer a área por dois minutos depois de manifestar seu descontentamento a Chris Lee.
“Isso é imperdoável. Os jogadores estão lá para jogar, os árbitros estão lá para arbitrar”, disse Montgomery após a partida.
“Achei que a ligação que ele perdeu era óbvia, mas não posso deixar minhas emoções tomarem conta”, argumentou Marchand, arrependido.
Isto mostra que mesmo aos 35 anos a experiência pode continuar a acumular-se.