O mundo conservador da NHL deve parar de ficar de mau humor com Patrick Roy. É uma loucura que ele não esteja de volta à NHL.
São cadeiras musicais com treinadores e gerentes gerais da NHL. Parece ser um círculo bem desenhado. Gary Bettman até se diverte sugerindo candidatos.
E Roy saiu desse círculo quando deixou o Avalanche em agosto de 2016, sem avisar.
Ele mesmo admitiu que aprendeu com seus erros após essa polêmica saída.
Na minha opinião, porém, esta demissão surpresa foi tão deplorável quanto a decisão das equipes de afastar o ex-goleiro desde 2016.
Roy vale muito mais do que este conto. Ele venceu o Jack Adams em seu primeiro ano na NHL, ganhou duas Memorial Cups, incluindo uma de forma espetacular na primavera passada, quando seus Remparts esmagaram todos.
E nem tudo é sorte. Não é só porque ele é um bom líder e motivador ou porque é ouvido, porque teve uma ótima carreira. É porque ele trabalha como um louco. Ele chega primeiro na arena, assiste seus vídeos, trabalha suas estratégias e se atualiza diariamente como estudante de hóquei. Ele é um idiota.
Falsas crenças
Existe um mito sobre Patrick Roy. Existem falsas crenças e mesmo que Roy faça de tudo para fazê-las desaparecer, isso parece não mudar nada.
Ouvimos dizer que Patrick Roy só faz o que quer e não trabalha em equipe. Que ele não dê ouvidos às opiniões dos outros. Isso não faz sentido. Todos que já administraram com ele mencionam que é justamente seu ponto forte se cercar das pessoas certas.
Ouvimos dizer que Roy gostaria apenas de ser gerente geral e técnico principal da NHL. Que ele gostaria de administrar tudo. Isso não faz sentido.
Não, Patrick Roy realmente não é perfeito. Ele pode ficar com raiva. Ele pode perder a paciência rapidamente quando sua equipe é atacada. Ele fala o que pensa, o que nem sempre é uma qualidade na NHL.
Mas há algo um pouco injusto nessas falhas. Como o treinador do Val-d’Or pode estar tão zangado quanto Roy, ninguém vai se importar. O técnico do Drakkar pode fazer uma declaração polêmica depois de uma partida, ninguém vai falar sobre isso. Mas quando é Patrick, é sempre maior.
Obviamente, ele nem sempre se ajudou no passado. Mas isso não diminui em nada o seu sucesso retumbante como treinador.
Pedagogo
Patrick Roy é um vencedor, essa é obviamente a qualidade que todos reconhecem nele. Mas ele também soube se tornar um excelente professor com os Remparts. Vemos o quão importante isso é até na NHL com Martin St-Louis. Ele não está lá apenas para jogar hóquei, ele está tentando ensiná-los a serem atletas de qualidade em um time.
Roy sempre falou sobre a importância da cultura Remparts, de formar boas pessoas e que tenham orgulho de fazer parte deste time. Muito além das vitórias, é um feito que sempre o deixou orgulhoso. E essa é uma qualidade que vai ajudá-lo na NHL, na minha opinião.
Seja como gerente geral ou como técnico, o Ottawa Senators não pode cometer o mesmo erro que vários times cometeram neste verão. É hora de ver Patrick Roy atrás de um banco da NHL novamente.