A Red Bull tem a primeira chance na Fórmula 1 de conquistar o segundo título consecutivo no campeonato mundial de construtores neste fim de semana em Cingapura, no “perigoso” circuito urbano de Marina Bay, palco da 15ª etapa da temporada.
Embora agora não haja mais dúvidas de que serão campeões mundiais novamente nesta temporada, a seleção austríaca (583 pontos no total) já tem o primeiro match point faltando oito rodadas para o final da temporada.
Mas para o conseguir, os seus pilotos Max Verstappen, sólido líder do campeonato de pilotos, e Sergio Pérez, segundo da geral, devem terminar nos dois primeiros lugares no final do Grande Prémio de domingo.
Ao mesmo tempo, se a Mercedes, segunda colocada no campeonato (273 pontos), não somar nenhum ponto (ou apenas um se a Red Bull também recuperar o ponto pelo melhor tempo), a equipe será então declarada campeã pela sexta vez em é história.
Já para a Red Bull, a tarefa pode estar ao seu alcance, já que a equipe ainda não concedeu nenhuma vitória para a competição nesta temporada. Durante o último GP, na Itália, no início de setembro, a equipe austríaca chegou a se acomodar nos dois primeiros degraus do pódio – Verstappen à frente de Pérez.
Mas as chances de ser coroada neste fim de semana ainda são baixas, já que nesta temporada a Mercedes nunca marcou menos de oito pontos em uma rodada.
Estes são todos mais fracos porque – se Pérez vencesse em 2022 – Verstappen – cuja primeira oportunidade de ser titulado poderia apresentar-se no Japão no próximo fim de semana – nunca se saiu melhor do que um terceiro lugar na fornalha de Singapura.
Em “um dos (circuitos) mais difíceis do calendário”, lembrou o chefe da Red Bull, Christian Horner, – “e vimos como pode ser perigoso” – Verstappen cometeu um erro no ano passado. Forçado a voltar aos boxes para trocar os pneus queimados pela frenagem descontrolada, terminou em 7º.
O bicampeão poderá, portanto, ver seu desempenho de dez vitórias consecutivas – um recorde absoluto na F1 – chegar ao fim neste fim de semana.
“Cingapura será provavelmente o fim de semana mais difícil das restantes corridas (…), porque o pelotão está geralmente muito próximo, já para não falar do calor e da humidade”, explicou o holandês. Especialmente porque, como no ano passado, a chuva pode mais uma vez estragar tudo.
Resta também assimilar as novas características do traçado de Marina Bay, encurtado e modificado em função de obras – passando de 23 para 19 curvas, com reta mais longa após a retirada das chicanes do terceiro setor.
“O passeio será muito mais rápido do que antes”, alertou o francês Pierre Gasly (Alpine).
Atrás da Red Bull, tudo ainda está por jogar
O suficiente para modificar a hierarquia? Atrás da Red Bull, em qualquer caso, tudo ainda está em jogo. Seus três perseguidores, Mercedes, Ferrari e Aston Martin, estão separados por 56 pontos.
A Ferrari também aproveitou um excelente fim de semana em casa no início de setembro – Carlos Sainz terminou em 3º à frente de Charles Leclerc, 4º – para recuperar o terceiro lugar no campeonato da Aston Martin.
Em Singapura ou em qualquer outro lugar, “é difícil prever como a ordem será estabelecida no final dos finais de semana restantes”, disse o chefe da Mercedes, Toto Wolff.
Em 2008, foi Fernando Alonso (Aston Martin) o primeiro a vencer aqui. Um episódio contaminado por trapaças – “Crashgate” – e que recentemente voltou ao primeiro plano do cenário da F1.
Segundo a imprensa especializada, o brasileiro Felipe Massa, vice-campeão mundial em 2008, enviou este verão uma carta aos órgãos dirigentes do desporto, exigindo indemnizações neste caso que, segundo ele, o privou do título em 2008.
Naquele ano, Lewis Hamilton conquistou a primeira coroação de sua carreira no último GP da temporada. Por apenas um pequeno ponto de diferença.