Muito criticado durante a Copa por ter que alinhar Eduardo Camavinga na lateral esquerda da zaga, Didier Deschamps deve ter elogiado a atuação do madridista contra o Atlético de Madrid.
A Copa do Mundo havia começado muito mal para Didier Deschamps. Culpe a lesão de Lucas Hernandez após apenas alguns minutos contra a Austrália. Uma reviravolta do destino que deixou o único Theo Hernandez como o único especialista na posição de lateral-esquerdo dentro dos 25 Blues. O treinador ficou para ter que mexer. E mais do que Adrien Rabiot, que tinha ajudado nesta mesma posição no último Euro mas que se tinha tornado indispensável no meio-campo, foi Eduardo Camavinga quem foi nomeado para aprender esta nova função. O suficiente para valer uma torrente de críticas ao técnico tricolor.
“Não estou colocando o Camavinga na lateral esquerda, por que não o fisio também? Sim, ele tentou, mas entre tentar e ser ridículo. Colocamos um lateral destro, por exemplo o Pavard, que pode ajudar na esquerda. Pavard joga na lateral esquerda, mas não vamos falar de Camavinga nesta posição. Até para lhe fazer um favor. Ele não vai jogar uma partida da Copa do Mundo como lateral-esquerdo! Não é sério amigos”tinha assim fulminado Rolland Courbis.
A partida dos cabeleireiros contra a Tunísia iria confortar os observadores. Alinhado na via da esquerda para respirar Theo Hernandez, o madrileno estava de facto a sofrer, incapaz de travar as ofensivas dos tunisinos, que o tinham claramente como alvo. O ex-Rennais certamente mostraria coisas melhores depois, mas seu desempenho era motivo de preocupação. Didier Deschamps, no entanto, preferiu ver o copo meio cheio, retendo o ” boas coisas “ feito por seu jogador.
Nomeado homem do jogo
Duas semanas depois, o técnico tricolor não hesitaria em levá-lo à final contra a Argentina, pouco depois da hora de jogo, para substituir Théo Hernandez. Eduardo Camavinga ia dar satisfação e sua atuação pode ter dado ideias a Carlo Ancelotti. Porque, como nos Blues, o jogador do Real Madrid teve que jogar pela esquerda após a saída de Ferland Mendy pouco antes do intervalo. E é claro que o angolano brilhou. Tanto que foi eleito o melhor em campo.
Suas estatísticas o defendem com 12 duelos vencidos em 12 disputados, 91% de passes acertados e suas sete bolas recuperadas. Carlo Ancelotti não deixou de felicitar o francês no final do encontro, dando-lhe um longo abraço. Didier Deschamps estava certo.