No âmbito do programa “Deux nuits avec” transmitido no Youtube, o líder francês do Zenit St-Petersburg Thomas Heurtel voltou aos motivos da sua contratação na Rússia e ao famoso caso da “carta” na seleção francesa
Thomas Heurtel soma 99 internacionalizações pela seleção francesa, mas será que algum dia celebrará o seu 100º? O futuro dir-nos-á… O dirigente de quase 35 anos está atualmente privado da camisola azul porque joga na Rússia há duas temporadas, no Zenit St-Petersburg. Convidado do programa “Deux nuits avec”, transmitido no YouTube, o natural de Hérault voltou aos motivos da sua contratação na Rússia, com honestidade.
“Não vamos mentir, economicamente, permitiu-me continuar na minha posição na Euroliga. Recebi ofertas de clubes da Euroliga, mas economicamente não é isso que recebo aqui. Tenho que ganhar dinheiro, tenho que proteger minha família. Minha carreira terminará em dois, três, quatro anos no máximo. (…) É verdade que me chateia não jogar a Euroliga. Quando assisto aos jogos da Euroliga na TV, fico deprimido. Não creio que esteja regredindo, mas o objetivo no próximo ano, veremos o que acontece, é regressar à Euroliga. Tendo os clubes russos sido excluídos da Euroliga desde a invasão da Ucrânia há dois anos, o regresso do Heurtel à Euroliga exigirá, portanto, uma mudança de campeonato.
Heurtel: “Fui eu quem contactou os funcionários, senti que estavam motivados”
Thomas Heurtel também entrou em detalhes sobre este famoso “caso de fretamento”. Recorde-se que antes do Euro 2022, a Federação Francesa de Basquetebol pediu aos seus jogadores que se comprometessem a não jogar por um clube russo, sob pena de se despedirem da selecção. “Eu não entendo esta carta. Ou você me faz jogar ou não me faz jogar, mas não quando lhe convém. Aqui está um franco-russo que joga vôlei (Jenia Grebennikov, que chegou ao Zenit antes do início da guerra, nota do editor), e terá direito de participar das Olimpíadas. Por que a FFBB faz isso? Porquê privar um jogador de um dos seus maiores sonhos? Não desisti das Olimpíadas. Mas ninguém me contatou. Fui eu quem contactou os colaboradores, senti que estavam motivados, mas não depende deles.
Não há dúvida de que Vincent Collet sonharia em poder convocar Thomas Heurtel (13,9 pontos e 8,5 pds em média nesta temporada) para as Olimpíadas (para as quais o sorteio da fase de grupos será feito nesta terça-feira), enquanto a posição de líder está despovoado na seleção francesa. Mas a decisão não cabe ao treinador.