Assim, a inferioridade numérica do canadense está em primeiro lugar no circuito Bettman desde 23 de fevereiro. Esta é uma reviravolta sólida considerando que durante os primeiros 57 jogos da temporada esta unidade ocupou o 31º e penúltimo lugar na NHL.
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Durante os oito jogos incluídos nesta parte do calendário, os Habs permitiram dois gols em 24 partidas a menos que um homem (91,7%). Nos últimos cinco jogos, o canadense foi perfeito em 14 ocasiões.
E isso não foi feito contra talos de aipo. Entre os últimos adversários de Montreal, os Lightning, os Maple Leafs, os Panthers e os Hurricanes são os mais perigosos no jogo de poder.
O que aconteceu na noite de 22 para 23 de fevereiro para o canadense conseguir tamanha transformação?
“Nós trabalhamos juntos. Somos um pouco mais agressivos. Fazemos ajustes ao longo do caminho. O jogo fala com você”, disse Martin St-Louis.
Previsibilidade e leitura
O treinador canadiano acrescentou que as horas despendidas na preparação desta unidade, grande parte na companhia de Stéphane Robidas, permitiram que as suas tropas fossem mais previsíveis entre si.
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“Desta forma, quando nos movemos, fazemos isso com melhor coesão. Se um se move de uma certa maneira, mas os outros reagem de forma diferente, não vai funcionar. Além disso, em determinados momentos nos causou problemas”, argumentou Kaiden Guhle, utilizado na segunda vaga desta unidade.
Esta previsibilidade também deverá beneficiar os guarda-redes. Com melhor coesão, os Habs obrigam o adversário a ficar na periferia, limitando chutes próximos ou passes cruzados que exigem movimentos laterais rápidos.
“É certo que vamos dar oportunidades de golo”, observou St-Louis. Mas os que damos devem ser previsíveis para o nosso guarda-redes. Quando um goleiro consegue antecipar a jogada, sua porcentagem de defesas aumenta.”
A experiência compensa
Durante sua coletiva de imprensa, o técnico dos Canadiens fez um comentário interessante ao afirmar que as melhores unidades de pênaltis eram aquelas que já faziam isso há muito tempo.
Ele não especificou de quem estava falando, mas podemos supor que se referia aos Hurricanes que, há cinco anos, aparecem no top 5 da NHL. A mesma coisa para os Bruins, que ficaram entre os dois primeiros três vezes nas últimas cinco temporadas.
Resumindo, a experiência e o número de repetições contam. Para o canadense, Jake Evans é o homem de confiança entre os agressores desde a campanha 2020-2021.
“A experiência permite que você leia melhor seus companheiros de equipe. Por exemplo, (Joel) Armia e eu tocamos juntos na mesma unidade já há algum tempo. Graças a isso, temos melhor coesão”, explicou Evans.
Essa coesão é essencial para a tomada de decisões e para adicionar uma camada de agressão. A pressão resultante leva o oponente a apressar suas ações, o que inevitavelmente leva a erros de execução.
“Quando simplesmente pulamos no gelo, quando vemos um jogador fazendo malabarismo com o disco ou ele está isolado, aí podemos colocar mais pressão”, acrescentou.
Conceitos que as tropas de St. Louis parecem ter assimilado.