O boxe amador de Quebec recentemente ganhou as manchetes porque um boxeador de Saguenay se recusou a entrar no ringue contra um atleta transgênero.
Cerca de uma hora antes da luta, Katia Bissonnette descobriu por acaso que sua rival nasceu em corpo de homem. Ela explicou para Jornal de Montreal que temia pela sua segurança e que se retirou do confronto para não criar “impactos para todos os outros boxeadores”. O pugilista lamentou ainda a falta de transparência por parte dos organizadores dos campeonatos provinciais Luvas de Ouro.
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Questionada sobre isso, Tammara Thibeault calçou luvas brancas.
“É um assunto extremamente delicado”, disse o medalhista de ouro nos Campeonatos Mundiais, Pan-Americanos e Jogos da Commonwealth.
“Boxe Québec e Boxe Canada possuem regulamentações para esse tipo de situação. Porém, é importante saber todas as informações. O boxe é um esporte perigoso e é importante estar bem informado.”
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Na verdade, o Boxe Québec não possui seu próprio livro de regras e aplica os regulamentos do Boxing Canada. A federação nacional não possui regras que regem os atletas trans.
Em vez disso, o Boxing Canada tem uma Política para Atletas Transgêneros que data de novembro de 2020, mas a organização concorda que não é um documento oficial e, portanto, não está em vigor. Tudo isso deixa os atletas no escuro e, portanto, não deveria ser surpresa que Thibeault se recuse a comentar se concordaria em calçar luvas com um boxeador trans.