SAGUENAY | David Desharnais será para sempre um saguenéano de Chicoutimi. Sua camisa 15 foi oficialmente içada às alturas do Centro Georges-Vézina na noite de sexta-feira.
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Havia algo de especial em ver Desharnais sendo homenageado durante um jogo entre os Saguenéens e os Remparts de Québec, seus grandes rivais no hóquei júnior, em um Centro Georges-Vézina lotado, este anfiteatro que seus companheiros de equipe da época o ajudaram a preencher novamente depois de anos magros.
E esses torcedores não deixaram de avisar que não o haviam esquecido, levantando-se todos ao mesmo tempo quando ele pegou o gelo.
Até ouvimos “David! Davi! Davi!” algumas vezes.
Já sentimos a emoção nos olhos do ex-nó 15 anos, que estava acompanhado de sua companheira Izabelle e seus dois filhos, Adam e Victor, sua mãe Gaétane, sua irmã Mélanie, seu irmão Stéphane, além de alguns ex-companheiros que marcaram sua vida e da família que o acolheu na época, Hervey Bernier e Lana Lepage.
Crédito da foto: Agência fotográfica QMI, Roger Gagnon
Em seguida, vídeos de ex-companheiros de equipe e amigos de Desharnais foram exibidos na tela gigante, incluindo seu ex-parceiro de linha do Montreal Canadiens, Max Pacioretty.
“Sinto falta do meu parceiro de linha favorito”, disse o homem que agora alinha pelo Washington Capitals.
Discurso emocional
Desharnais iniciou o seu discurso agradecendo aos dirigentes dos Saguenéens e aos treinadores que teve, nomeadamente ao atual piloto da equipe Yanick Jean e também a Richard Martel.
Crédito da foto: Agência fotográfica QMI, Roger Gagnon
“Obrigado por confiar em mim e me pressionar tanto. Você trouxe à tona o que há de melhor em mim, mesmo que, na sua opinião, não tenhamos pago o preço!” disse ele para a multidão, imitando o já famoso gesto do treinador que bateu com as costas da mão na mesa durante a sequência que virou peça antológica.
Emocionado, ele teve que fazer uma primeira pausa na hora de falar dos companheiros, inclusive daquele que considera um irmão e que já havia lhe feito um discurso comovente, Francis Verreault-Paul.
“O que vivemos aqui e fora do rinque ficará gravado para sempre na minha memória”, disse ele, com a voz embargada de emoção.
Crédito da foto: Agência fotográfica QMI, Roger Gagnon
Depois voltou a acontecer quando falou da sua mãe, Gaétane, que, durante o seu primeiro campo de treino, tinha ido ficar em um parque de campismo por falta de orçamento.
“Mostra para a mãe que você está: sempre presente para os filhos, sem nunca guardar nada para si”, disse ele, emocionado. Não posso agradecer o suficiente por me permitir continuar jogando hóquei, apesar de termos um orçamento limitado.”
Por sua vez, pai de dois meninos, Desharnais reservou o final do seu discurso para Adam e Victor, que quase não o viram jogar.
“Com meu número no teto, você terá provas de que seu pai não era tão ruim no hóquei.”
Crédito da foto: Agência fotográfica QMI, Roger Gagnon
Um legado imortal
Desharnais ainda estava nas nuvens quando saiu da pista de gelo, depois de ver seu número 15 se juntar às outras doze camisas aposentadas pelos Sags.
Crédito da foto: Agência fotográfica QMI, Roger Gagnon
“Eu não tinha nenhuma expectativa, só queria controlar minhas emoções e consegui fazer isso, então estou feliz!” ele disse.
Durante toda a semana, Desharnais repetiu que não sabia – nem queria antecipar – como se sentiria quando visse oficialmente o banner em n.ó 15 a ser içado ao teto do Centro Georges-Vézina.
Crédito da foto: Agência fotográfica QMI, Roger Gagnon
Depois, ele começou a perceber a importância da honra que os Sags acabavam de lhe dar.
“Vai ficar lá para sempre. Como ser humano, todos morremos um dia e se conseguirmos deixar algo para trás, isso é divertido.”