Fernando Alonso não se arrepende de deixar a equipe francesa de Fórmula 1 Alpine no final da temporada passada para ingressar na Aston Martin em 2023.
Pelo contrário, o veterano piloto espanhol reconhece nesta organização, liderada pelo bilionário de Montreal, Lawrence Stroll, um brilhante potencial que lhe permitirá, espera ele, completar uma brilhante carreira iniciada na categoria rainha do automobilismo em 2001.
Acompanhado por seu companheiro de equipe Lance Stroll, Alonso participou de uma coletiva de imprensa na manhã de segunda-feira antes de lançar o novo monolugar AMR23 da equipe algumas horas depois. Sem surpresa, o piloto de F1 mais experiente do grid foi alvo da maioria das perguntas dos jornalistas, às quais respondeu sem rodeios.
“O projeto da Aston Martin é certamente ambicioso. O objetivo este ano é aproximar-se das equipas líderes (Red Bull, Ferrari e Mercedes), embora ainda seja importante reduzir a diferença. Nosso objetivo é contar com uma boa base para os próximos anos”, explica.
“Esta equipa, acrescentou, quer demonstrar que pode evoluir rapidamente. Não há atalhos na F1. É preciso grandes investimentos e talento, que temos. Não tenho mais 20 anos e meu tempo não é ilimitado. Por isso, vou fazer de tudo para ajudar essa equipe promissora a chegar aos picos mais altos.
“Você também tem que entender que milagres não existem na F1. Mas, se aceitei a oferta da Aston Martin, é que há uma vontade de vencer dentro desta organização”, continuou.
Uma nova fábrica moderna
Para apoiar suas intenções, a Aston Martin investiu somas astronômicas para se equipar com novas instalações ultramodernas (construídas perto do lendário circuito de Silverstone, na Inglaterra) que serão inauguradas oficialmente nos próximos meses. Um edifício dedicado a um túnel de vento de última geração será anexado à fábrica.
“Só vamos comemorar quando formos vencer. Esta equipe não terminará apenas em quarto, terceiro ou segundo lugar. Eu quero fazer parte da solução. E sim, acredito nas minhas chances de ganhar corridas e, quem sabe, um tricampeonato. Por outro lado, temos que ser realistas, não vai acontecer este ano”, disse Alonso.
Apesar dessa onda de entusiasmo, Alonso espera uma abertura de cortina complicada.
“Provavelmente será muito difícil nas primeiras cinco ou seis corridas. Mas se tudo correr bem, queremos lutar por um lugar no pódio na segunda parte do calendário. Teremos então que aproveitar as oportunidades que nos são oferecidas”, diz Alonso.
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Crédito da foto: AFP
Muito pouca preparação
O piloto de 41 anos, recordista de Grandes Prêmios larga com 356 (seis a mais que Kimi Räikkönen) indicou que a Fórmula 1 é o único esporte do planeta que oferece apenas um dia e meio de treinos antes de realizar a primeira prova do um Campeonato Mundial.
Ele está certo. As dez equipas só vão poder beneficiar de três dias de testes privados – no Bahrein de 23 a 25 de fevereiro – antes do início da época marcado para o mesmo local na semana seguinte. As equipas só têm direito a um monolugar que deve ser partilhado pelos dois companheiros de equipa.
“E não só tenho de descobrir o carro, mas também o meu novo ambiente de trabalho,” conclui.