O lutador de Quebec, Charles Jourdain, com certeza vai querer evitar a segunda derrota consecutiva quando entrar no octógono no UFC 303, em Las Vegas, no dia 29 de junho.
Para isso, ele não se arrisca: treina “como um cavalo” e dá “trabalho duplo”, principalmente treinando contra boxeadores profissionais. Porque o seu adversário, o brasileiro Jean Silva (12-2-0), corre o risco de ser particularmente estranho.
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“Vejo meu adversário como a maior ameaça da minha carreira. Não quero ter dois contratempos seguidos, sejam decisões ou o que quer que seja, ainda são contratempos, é o vermelho que não gosto no meu registo”, sublinhou Jourdain (15 -7-1), Quarta-feira, em entrevista ao “JiC”.
“Tenho que vê-lo como a pessoa mais perigosa com quem já lutei”, acrescentou. Ele bate, ele é rebatedor, ele é brasileiro.”
“A questão dos brasileiros, eu estive no Brasil, treinei com eles: são pessoas que passam fome”, explicou ainda. Muitas vezes vêm de famílias mais pobres e querem sair de lá. Eles querem isso, o bônus de US$ 50.000. Seu desejo de melhorar suas vidas os torna lutadores extremamente perigosos.”
Voltar à rotina
Para superar Silva, o quebequense de 28 anos decidiu voltar às raízes depois de ser um pouco cauteloso, de certa forma, em sua última luta, uma derrota por decisão dividida para Sean Woodson, em Toronto, no UFC 297.
“Voltei ao básico de quem eu era e o que me trouxe ao UFC”, disse ele. Sempre fui um “atacante” muito extravagante, que corria riscos. E correr riscos na vida é sempre a coisa certa a fazer, porque terminar uma briga dizendo a si mesmo que você poderia ter feito mais é pior do que perder dizendo a si mesmo “Já tenho tudo dado”.
“Tenho que dar tudo para Vegas”, acrescentou. Estou lutando no card de Conor McGregor. Acho que os ingressos esgotaram em 23 segundos online. É uma carta incrível e tenho que mostrar às pessoas que adoro a guerra, sou capaz de sangrar, de aceitá-la, mas acima de tudo sou capaz de dá-la.”
A pílula é engolida
Jourdain também garantiu que seguiu em frente após a derrota em janeiro passado contra Woodson. Derrotado por decisão dividida, ele ficou muito preocupado depois dessa luta, culpando na época “um juiz bêbado” pela derrota.
“As pessoas veem isso de uma forma muito catastrófica. Eu olho para isso de forma muito proativa e digo a mim mesmo que não tive uma concussão, não tive um corte. Basicamente, é o aspecto financeiro que dói”, disse ele.
Na verdade: no UFC, uma derrota significa uma bolsa menor. E quando a derrota vem por decisão dividida, dói.
“Não sou um homem de dinheiro, mas digo a mim mesmo que quero uma família e uma bela casa com meu parceiro”, admitiu Jourdain. Foi mais o aspecto financeiro que me incomodou.”
Como bom profissional, Jourdain, no entanto, tirou lições desta derrota, principalmente no que diz respeito ao aspecto mental da sua atuação.
“Cheguei com uma mentalidade de que não estava lá para vencer, estava lá para não perder”, disse ele. E isso não estava certo da minha parte. Cometi o erro em Paris, cometi novamente no Canadá. Meu mundo estava lá, 25 mil pessoas gritando “Jourdain, Jourdain”, minha família, minha esposa.”
“Eu deveria ter pensado como um vencedor ao dizer a mim mesmo que iria vencer na frente do meu povo, na frente dos canadenses”, continuou ele. Eu cometi um erro. Dizem que é muito físico, mas acontece muito entre as orelhas.”
Jourdain aprendeu. Ele correrá riscos novamente. Ainda bem que seu futuro adversário está com fome: ele corre o risco de engolir alguns golpes espetaculares.
Assista à entrevista completa no vídeo principal.
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