A boxeadora transgênero que enfrentaria Katia Bissonnetteno último fim de semana no âmbito do campeonato provincial Luvas de Ouro, lamentou quinta-feira a decisão da rival.
Numa reação escrita que enviou à comunicação social, Mya Walmsley lamenta que o seu adversário “tomou a decisão de se retirar do torneio com base apenas numa mensagem de texto recebida de um treinador”.
“Em vez de recorrer a mim, ao meu treinador ou à Federação Olímpica de Boxe de Quebec para obter mais informações, ela decidiu recorrer diretamente à mídia para me contar exterior“, declarou o boxeador.
“Este tipo de ação coloca os atletas em risco de serem excluídos ou de receberem ataques pessoais com base em boatos, mas também pode levar a acusações que deslegitimariam as atletas do sexo feminino com base na sua força percebida ou na percepção do seu género”, continuou Walmsley.
“Confie nos atletas”
Ela afirma que “a melhor forma de garantir uma concorrência leal não é apertar as regulamentações adicionando testes arbitrários e invasivos, mas sim confiar nos treinadores e atletas”.
“Eles estão em melhor posição para escolher as categorias de gênero mais apropriadas.”
“Sem informação”
Em entrevista em DiárioNa terça-feira, Bissonnette, por sua vez, explicou que soube por acaso, uma hora antes de subir ao ringue, que teria que enfrentar um rival que nasceu no corpo de um homem.
“Sou iniciante, faço isso porque dá sentido à minha vida, mas também não quero tomar decisões que impactem todos os outros boxeadores. Não cabia a mim decidir, por isso preferi abster-me”, disse, afirmando não ter tido “informações, por exemplo, sobre o nível de testosterona”.
“Estava tão embaçado.”
– Com a colaboração de Mylène Richard