Salvo uma grande reviravolta, a velocista Audrey Leduc se tornará a primeira quebequense em 36 anos a participar dos 100m, a prova de maior prestígio dos Jogos Olímpicos.
Esta será apenas a segunda vez na história que um quebequense estará lá, depois de Julie Rocheleau em 1988, em Seul. Natural de Saint-Jérôme, Leduc também participou dos Jogos de Atlanta de 1996 representando a Suíça.
Sua performance no sábado em Gainesville, Flórida, surpreendeu a todos, inclusive a própria atleta. Ao reduzir incríveis 0,3 segundos de seu recorde pessoal, com o tempo de 11,08 segundos, Leduc agora está a apenas 0,01 segundo do padrão olímpico para os Jogos de Paris.
Crédito da foto: Foto Ben Pelosse
“Ainda não estou nos Jogos e não quero comemorar antes de tudo ser oficial, mas não sou cego e vejo que estou muito perto”, resumiu a velocista de Gatineau, que está de volta a Montreal, onde retomará os treinos no Centro Nacional de Atletismo na terça-feira. “Os 100m são a prova rainha dos Jogos.”
Leduc reconhece a raridade desse feito. “Seria incrível ser a primeira quebequense a participar dos 100m nos Jogos após tanto tempo”, disse ela. “Isso mostra que é possível competir em Quebec. Atualmente, três quebequenses (Dona Ntambe e Marie-Éloïse Leclair) no grupo podem se qualificar para o revezamento 4x100m. Estamos vivendo um ótimo momento. A criação do Centro Nacional tem sido fundamental com seus recursos.”
Busca pelo padrão olímpico
Agora Leduc busca atingir o padrão olímpico de 11,07 segundos, uma meta que parecia inatingível há alguns meses. “Estava muito distante do padrão e já havia aceitado a ideia de me qualificar para os Jogos de Paris por outra via”, explicou. “Minha meta era subir no ranking internacional para me classificar, mas tudo mudou.”
O treinador de Leduc no Centro Nacional, Fabrice Akué, acredita que o melhor ainda está por vir para sua protegida. “Audrey não deve nada a ninguém e pode competir com os melhores”, afirmou. Seu próximo desafio será participar de eventos com atletas de alto nível, mas, como sempre digo, será sempre ela contra ela, independentemente dos adversários. Não estou surpreso, pois os tempos de treinamento não mentiram. Eu esperava 11,10 segundos e ela foi ainda melhor.”
3º melhor momento da história canadense
A atleta de Gatineau, que teve uma temporada indoor excelente, quebrando algumas vezes o recorde de Quebec nos 60m, manteve seu ritmo em sua primeira competição outdoor do ano. Seu tempo a deixou em estado de choque.
Crédito da foto: Foto Ben Pelosse
“Devido ao meu sucesso em ambientes fechados, estava ansiosa pela corrida e animada, mas ainda assim fiquei chocada ao ver o tempo de 11,08 segundos”, contou. “Sim, é um recorde de Quebec, mas o que realmente me abalou foi o tempo. Estou começando a perceber um pouco mais isso desde que retornei. Nenhuma mulher canadense correu abaixo de 11 segundos por muito tempo.”
Apenas duas canadenses conseguiram um tempo melhor do que Leduc. A recordista canadense Angela Bailey marcou 10,98 segundos em 1987. Philomena Mensah tem o segundo melhor tempo com 11,03 segundos.
A temporada está apenas começando, mas até o momento, o desempenho de Leduc é o melhor do cenário internacional.
Leduc partirá para Louisiana em duas semanas, onde se juntará à equipe canadense para um campo de preparação para o revezamento mundial. Duas competições também estão no cronograma.
Se o padrão olímpico é seu primeiro objetivo, Leduc não pode deixar de sonhar com o recorde canadense de 10,97 segundos. “Não coloco limites no que posso alcançar”, resumiu. “Eu não sabia o que esperar dessa primeira corrida. Certamente terei o recorde canadense em mente. Com meu tempo na Flórida, estou ainda mais motivada para correr. É uma sensação agradável.”
Leduc estará em ação nos dias 20 e 27 de abril antes de participar do revezamento mundial nos dias 4 e 5 de maio em Nassau, Bahamas. O Canadá precisa terminar entre os 14 primeiros para garantir sua vaga em Paris. As duas últimas vagas serão distribuídas ao final do processo seletivo.
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