Titular do título em Monte-Carlo, onde iniciará a defesa do troféu na quarta-feira contra o australiano Popyrin, Andrey Rublev vem de uma turnê americana muito complicada. O russo, hoje número 6 do mundo, não esconde que está em plena dúvida e que espera muito do seu retorno ao Rock.
Mesmo que Andrey Rublev garanta que não está “olhando para trás” – “Preciso me concentrar no presente” – descanse as malas em Monte-Carlo, onde venceu no ano passado (às custas de Holger Rune, sua vítima na final) seu primeiro título no Masters 1000 obviamente não é nada anedótico. Este regresso ao Rock um ano após a sua coroação deverá, acima de tudo, permitir ao jogador russo levantar muitas questões. Provavelmente ainda marcado pela desclassificação contra Bublik nas semifinais de Doha por ter gritado com um bandeirinha, o número 6 do mundo no último ranking perdeu completamente sua turnê americana. Seus fãs inicialmente ficaram preocupados quando o viram deixar Indian Wells na 2ª rodada. Rublev se saiu ainda pior em Miami, doze dias depois, desta vez sendo nocauteado assim que entrou na briga. O interessado não esconde que o episódio muito infeliz (mas sobretudo vergonhoso, aos seus olhos) de Doha tem muito a ver com isso. “Talvez Dubai ainda tivesse um efeito sobre mim. Fiquei paralisado. Meu corpo já não respondia”, admitiu esta terça-feira em O time o nativo de Moscou, ciente de que não poderia esperar nada em tal estado psicológico.
Rublev: “Em Miami não consegui nem colocar a bola na quadra”
“Em Miami (…), desmaiei, não conseguia controlar os nervos, não conseguia nem colocar a bola na quadra. Ao tentar ficar calmo e motivado, me perdi totalmente.” Para tentar manter o título no Principado, onde iniciará a defesa do troféu na quarta-feira contra o australiano Popyrin, quarto-de-final dos últimos cinco torneios de Grand Slam disputados, com exceção de Roland-Garros, sabe que terá que recuperar a calma e reaprender a controlar os nervos. O problema é que ele só terá a resposta para a pergunta uma vez na quadra. “Treinar é uma coisa, competir é outra”, nota com razão o vencedor cessante, quase ainda surpreendido por ter vencido na última edição. “Vencer Monte-Carlo foi inesperado.” Vencê-lo pelo segundo ano consecutivo seria ainda mais, dados os últimos resultados do russo, que são totalmente duvidosos. O Monte-Carlo Country Club, que poderá voltar a dar asas a Rublev, talvez não esteja imune a uma surpresa.